Dificilmente você ainda não tenha escutado falar em fundos multimercados, já que muitas pessoas têm buscado alternativas de melhores rendimentos em seus investimentos, fruto da expectativa de queda ainda maior da taxa básica de juros (Selic). Para quem não tem acompanhado tal movimento, desde 2017, tal taxa vem caindo drasticamente e já atinge o valor de 6,75% ao ano, fazendo com que muitos analistas já comecem a afirmar que o Copom, em sua próxima reunião, fará um corte de 25% e a Selic atingirá o patamar de 6,5% ao ano.
Diante desse cenário, os investidores, se já não o fizeram, precisam começar a procurar alternativas que rendam mais que a Selic. É aqui que entram os tais fundos multimercados.
O QUE SÃO FUNDOS MULTIMERCADOS?
Os fundos multimercados tem como essência a liberdade de operar em diversos ativos, tais como, ações de empresas, moedas (dólar, euro etc), investimentos de renda fixa, mercado de opções etc. Com isso, o gestor desta categoria de fundo tem a possibilidade de montar diversas estratégias, as quais ele acredita que maximizará a rentabilidade do portfólio. Só que em contrapartida, tal liberdade e flexibilidade garantem aos fundos multimercados um maior risco, tendo em vista que muitos gestores designam um alto percentual do portfólio em renda variável.
ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO – FUNDOS MULTIMERCADOS
Ao investir em um fundo multimercado é de suma importância que fique atento a estratégia que o gestor do fundo utiliza e avalie se enquadra em seus objetivos. Segundo a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais), as principais estratégias são:
- Trading: busca aproveitar no curto prazo ganhos a partir de movimentos de trading (compra e venda) rápidos;
- Macro: generalizando, fundos multimercados com estratégia macro fazem operações em ativos de renda fixa, câmbio, renda variável e outros ativos, com o objetivo traçado em relação ao cenário macroeconômico de médio e/ou longo prazo.
- Long and Short: esse tipo de estratégia trabalha com operações vendidas e compradas, principalmente, em ações. O objetivo desse fundo é ganhar rentabilidade pela diferença entre as posições compradas e vendidas.
- Livre: fundos livres não possuem uma estratégia definida, podem operar com trading, macro, Long and Short e outras estratégias durante toda sua existência.
- Juros e Moedas: nos fundos de juros e moedas, o gestor trabalha com ativos de renda fixa visando a parte dos juros e, com operações de moeda estrangeira, geralmente o dólar. Em fundos de juros e moedas, o gestor não pode operar com renda variável.
- Específica: o gestor desse fundo escolhe com o que vai trabalhar e fixa isso no fundo. Por exemplo, pode operar com um fundo de ativos ligados apenas à commodities.
RISCO E LIQUIDEZ
O risco é muito relativo, já que a estratégia utilizada é a de cada gestor, com um portfólio que possui mais fluxo em renda variável que renda fixa. Já a liquidez, é uma das maiores barreiras que os fundos multimercados enfrentam, uma vez que, diferentemente das aplicações mais conhecidas e tradicionais, é muito difícil encontrar fundos multimercados que possuem liquidez diária. Na maioria das vezes, o resgate demora algum tempo, podendo chegar a cerca de 30 ou até mesmo 60 dias. Isto ocorre porque a gestão precisa de um tempo para poder remontar seu portfólio, caso o resgate ocorra num valor muito alto.
TAXAS
É muito importante que esteja de acordo com as taxas cobradas pela gestora de seu fundo multimercado. Infelizmente, muitos investidores não se atentam a essa parte e acabam sendo surpreendidos na hora do resgate, apesar de ser apresentada líquida na valorização diária.
Em suma, os fundos multimercados são uma ótima oportunidade para o cenário atual e, consequentemente para uma maior rentabilidade em sua carteira. O cuidado que é necessário ter é se tal modalidade está alinhada com os seus objetivos e, lembre-se: rentabilidade passada não quer dizer a mesma performance no futuro.
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Um abraço, Fon