O assunto que trago hoje é uma novidade das boas e que tem agitado o mercado financeiro. Você soube da manutenção da taxa básica de juros na última reunião do Copom? Pois é, contrariando a expectativa de uma possível redução, conforme falamos neste texto de 25 de março, que em suma trazia a seguinte comunicação:
“O comunicado traz a seguinte frase: “Para a próxima reunião, o Comitê vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional.” Uau! Illan e sua turma deixaram claro que haverá, na próxima reunião, um corte adicional na taxa básica de juros. Como moderada, podemos entender que o corte seguirá em 0,25%.
Adicionalmente, o comunicado continuava com a frase: “Para reuniões além da próxima, salvo mudanças adicionais relevantes no cenário básico e no balanço de riscos para a inflação, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária, visando avaliar os próximos passos, tendo em vista o horizonte relevante naquele momento.”
Nessa segunda parte do comunicado, para a reunião de junho, o Banco Central deixa claro que pode continuar na redução da Selic, mas também demonstra que dependendo do cenário base, pode interromper os cortes na taxa, ou seja, o Banco Central realmente se vê independente para realizar o que ele julga melhor para economia do país, sem ser envolvido nos impasses políticos. Esse e outros motivos levaram Illan a ganhar o prêmio de melhor presidente dos Bancos Centrais em 2017. Parabéns!”
Entretanto o BC surpreendeu novamente e, na última quarta feira (16 de maio de 2018), anunciou a manutenção da taxa básica de juros, deixando essa em 6,5%. Tal decisão encerra um ciclo de quedas de juros que havia sido iniciada no final de 2016.
Dentre os 38 economistas que foram ouvidos pela agência de notícias Bloomberg, apenas um havia apostado na manutenção da taxa básica (John Welch, do HSBC). Se apenas um economista acertou, o que houve para essa mudança drástica do que o BC havia comunicado no último Copom?
“A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes”.
No comunicado o BC alegou que os choques externos foram o principal motivo da mudança. “Esses choques, entretanto, podem alterar o balanço de riscos ao reduzir as chances da inflação ficar abaixo da meta no horizonte relevante, por meio de seus possíveis efeitos secundários”, indicou órgão.
Com toda essa reviravolta, fica um pouco complicado de pensar no que virá para as próximas reuniões do Copom, tendo em vista que assuntos relacionados ao exterior, assim como eleições politicas internas e o aquecimento da economia podem afetam a decisão da próxima reunião.
Fiquemos atentos aos próximos episódios do Copom e se haverá a manutenção da taxa básica de juros ou não.
Um abraço,
Fon