O que fazer em Camaquã, a capital do arroz parboilizado?
Ainda no primeiro dia da rota, depois de ter uma manhã cheia de compromissos em Guaíba, partimos para a cidade de Camaquã, conhecida como a Capital Nacional do Arroz Parboilizado.
Localizada a 129 km de Porto Alegre e com população oriunda de colonizadores portugueses, assim como alemães e poloneses, a cidade é uma das poucas do Caminho da Rota Farroupilha que ainda prepara infraestrutura para receber o turismo. Por ora, há poucas opções hoteleiras e gastronômicas para atender os visitantes, mas a Secretaria de Turismo tem se empenhado para que este cenário mude.
Mesmo com poucas opções, nós, no papel de desbravadoras turísticas da rota, com a ajuda de um guia local, fomos conhecer Camaquã. Ou seja, seus principais pontos de interesse durante uma tarde.
Camaquã e a Revolução Farroupilha
Originária de três sesmarias, sendo uma delas a propriedade de Joaquim Gonçalves da Silva, pai do General Bento Gonçalves (líder da Revolução Farroupilha), Camaquã foi uma importante base dos farrapos. Mesmo não tendo ocorrido batalhas por lá, uma vez que abrigava estâncias de vários líderes da revolução, foi cenário para várias reuniões e reduto de suas tropas.
General Bento Gonçalves e sua esposa Caetana |
Uma das estâncias, a Fazenda Estância da Figueira foi propriedade da família de Bento. Além disso, foi a primeira casa em que viveu Caetana, esposa do líder da revolução.
O que fazer?
1 – Visitar o Centro Histórico
O Centro Histórico pode ser facilmente conhecido através de uma volta com paradas Praça Coronel Sylvio Luiz, sendo seus pontos de interesse:
Igreja Matriz São João Batista
Localizada em frente a Praça Coronel Sylvio Luiz, está a belíssima e neoclássica Igreja Matriz São João Batista. Acompanhada de um pinheiro gigantesco a sua direita, vale a visita.
Intendência Municipal
Muito próxima a Igreja Matriz está a Intendência Municipal. Também com elementos neoclássicos e construída no século XX, já foi Secretaria Municipal da Educação. Hoje é Câmara dos Vereadores e Memorial da Câmara da cidade.
Cine Teatro Coliseu
Uma das grandes surpresas na cidade foi saber que o antigo Cine Teatro Coliseu, datado de 1914, foi adquirido e restaurado pela prefeitura depois de mais de 40 anos de paralisação. Fechado em 1944, voltou a funcionar em 1987.
Com capacidade para duzentas pessoas, atualmente, funciona não somente como cinema, mas também como teatro. Além disso, serve de palco para seminários, formaturas, bem como palestras e eventos.
Foto: Paula Brum, blog Mochilinha Gaúcha |
Horário de visitação: Segunda a sexta entre 08:30 e 11:30 e 13:30 e 17:30.
Destaque para a programação de quinta feira com cinema digital, por exemplo.
Casa do Poeta Camaquense
A única do Brasil localizada em uma praça, a Casa do Poeta foi criada em 1989. Já foram publicadas mais de quarenta obras de escritores locais por lá.
Foto: Alexandra Aranovich, blog Café Viagem |
2 – Visitar o Museu Municipal Divino Alziro Beckel
Com peças raríssimas que resgatam a história do município e da revolução, o Museu Municipal Divino Alziro Beckel está localizado no Forte Zeca Netto. Para referência, o General José Antônio Netto foi um legendário líder das lutas entre libertadores e chimangos.
O casarão datado de 1903 também abriga a Secretaria de Turismo, assim como a Biblioteca Oswaldo Lessa da Rosa. Sem dúvida, é parada obrigatória para quem visita a cidade e é apaixonado por história.
Entre os objetos mais antigos que fazem parte de seu acervo estão a espada usada por Bento Gonçalves Filho na primeira metade do século XIX, assim como a réplica de um violino Stradivarius, datado de 1719.
Horário de visitação: Segunda a sexta entre 8:00 e 11:30 e 13:30 e 17:30
Endereço: Rua Zeca Netto, 20
3 – Tirar foto da sinaleira (farol)
Pode até não fazer muito sentido ir a uma cidade tirar foto de um farol (sinaleira), mas este é histórico.
De acordo com o nosso guia, há relatos de que existe somente quatro no mundo, sendo um deles dado de presente à Camaquã. Dado pelo governo francês na década de 1950, foi uma forma de agradecimento por ter recebido tão bem seus imigrantes. Sua localização é estratégica, bem na avenida principal, para demonstrar o desejo de prosperidade do povo camaquense. Além disso, é utilizado como ponto de encontro para qualquer tipo de manifestação que ocorra na cidade.
Localização: No cruzamento da Avenida Olavo Moraes com a Rua Presidente Vargas
4 – Ir a Barragem do Arroio Duro em Camaquã
Localização: Estrada de acesso à Vila Aurora a 7 km da zona urbanaNa cidade também está o tumulo de Caetana (esposa de Bento Gonçalves). Tinha tudo para ser uma atração turística, mas que por alguma obra do destino, foi totalmente reformulado. Nada tem do formato original. Ou seja, não vale a visita.
Outros pontos de interesse em Camaquã que são afastados do centro e que necessitam de planejamento prévio
Sítio Água Grande Cascata Barbosa Lessa (contato: 051 9805 9487 – Luciano, entrada R$ 5,)
Casarão de Manoel da Silva Pacheco, localizado a margem esquerda do Rio Camaquã.
Fazenda da Barra, local onde foi construída a antiga propriedade da Casa das Setes Mulheres, segundo a Prefeitura de Camaquã. Há uma discussão com a cidade de São Lourenço do Sul sobre a verdadeira casa base de Donana. Mas deixemos a discussão de lado.
INFELIZMENTE…
1 – pela falta ainda de opções de lazer e atratividade, não nos hospedamos tampouco fizemos uma refeição na cidade. Entretanto, recomendo a passada pela questão histórica.
2 – Apesar de ser patrimônio tombado, a histórica Fazenda da Figueira, datada de 1795, não pode ser visitada pelos turistas. Isto por conta da imposição de seu dono, um popular diretor de TV.
AGRADECIMENTO AO APOIO EM CAMAQUÃ
– Secretaria de Turismo de Camaquã, que deu todo suporte e organizou o nosso roteiro na cidade;
O PROJETO ROTA FARROUPILHA E SEUS ENVOLVIDOS
O #RotaFarroupilha é um projeto dos blogs Territórios e Não Pira, Desopila (As Peripécias de Uma Flor) em parceria com os blogs Café Viagem e Mochilinha Gaúcha. Além disso, contou com as participações especiais do blog Andarilhos do Mundo e a jornalista Criz Azevedo.