Quando planejei a minha viagem à Turquia um dos lugares que estava na minha “wish list” era Pamukkale. Vi fotos na internet, post nos blogs de amigos e não teve jeito! Foi amor a primeira foto…
Lembro-me como se fosse hoje a hora que me deparei com aquele “clarão” estonteante que nada mais é que o mix daquelas imponentes “montanhas brancas” com águas majestosamente cristalinas. Foi naquele momento que entendi (e mais que perfeitamente) o porque do nome Pamukkale ou Castelo de Algodão, traduzindo do turco para o português.
Ao mesmo tempo que fiquei maravilhada com toda aquela beleza natural, fiquei impressionada com a quantidade de russos que por lá estavam. De acordo com o meu guia, há um número significativo de russos que visitam Pamukkale para se banhar nas piscinas naturais durante o verão. Para vocês terem uma ideia da representatividade russa por lá há “lojinhas” dentro do Parque Nacional de Pamukkale com placas em russo…
E até eu entrei na dança, pode?
Pois é! Fui comprar uma água e a atendente começou a falar em russo comigo (e eu achando que ela estava falando turco…hahahha!!!)! Quando dei o dinheiro da água em euros, ela olhou pra mim com uma cara estranha e eu e meus neurônios loiros ficaram mais perdidos ainda…
E sabem o porque que ela me olhou assim? Primeiro pelo fato de eu não a entender, segundo pelo fato de eu querer pagar em euros e terceiro porque ela tinha certeza de que eu era russa. O mais curioso em tudo isso é o fato dos russos pagarem tudo em dólar americano. É de se estranhar, não?
Enfim, meu querido leitor, voltando ao foco…
Considerada patrimônio mundial pela UNESCO, Pamukkale, também conhecida como Hierápolis, é um conjunto de piscinas naturais e termais de origem calcária que foram majestosamente formadas ao longo do tempo como consequência da queda ininterrupta de água em efeito cascata oriunda de uma colina. A temperatura da água nas piscinas chega a cerca de 35C e contém bicarbonato de sódio. Tal fenômeno acontece em função dos locais térmicos por baixo do monte quem provocam a queda de carbonato de cálcio na água, que é solidificado como mármore travertino.
Muitos acreditam que toda aquela concentração de calcário que, por consequência, acaba se formando nas piscinas naturais tem função medicinal e é por este motivo que Pamukkale é tão procurada pelos turistas do mundo todo.
Pamukkale foi muito frequentada por imperadores romanos como Marco Antônio e Júlio Cesar, quando do domínio romano naquela região, muito frequentada também por muitos outros personagens importantíssimos da história, como Cleópatra e reconstruída por diversas vezes.
E por falar em Cleópatra, diz a lenda que ela se banhava nas águas termas de Pamukkale. Quando soube deste “plus”…Aahhhhh! Meu querido leitor…não resisti! Não poderia deixar isso passar…não, não e não! Aproveitei a minha estadia por lá e fui viver o meu dia de Cleópatra…hahaha!!!
Você deve estar pensando como entrar nessas tais piscinas, não é mesmo?
Bora lá, então…
Se você for uma pessoa equilibrada corporalmente já é um bom começo…
Para ter acesso as piscinas naturais, você deve andar descalço (não adianta nem tentar insistir em descer com chinelo, tenis etc porque é PROIBIDO!!!) descendo por aquela formação calcária. Por favor, tome cuidado na descida e não queria caminhar “sobre” a água, a não ser que queira levar um tombo daqueles e chegar ao final da descida rapidinho…hahaha! Que maldade!
O percurso de descida passa por uma série de piscinas naturais e você pode parar em todas elas ou escolher uma mais vazia para se banhar. O percurso de descida, entre paradas e fotos, leva em média cerca de uma hora.
Outra coisa, na verdade você pode entrar pelo Parque de Pamukkale pela parte inferior ou superior. Você escolhe se quer subir ou descer. Eu, sem medo do perigo e do tombo, resolvi descer. E por incrível que pareça eu não caí…
Bom, para aqueles que não quiserem se esbanjar nas águas termais de Pamukkale ou não quiserem fazer a escalada com emoção, há uma piscina de água com a temperatura mais amena descendo um dos morros fora do parque. Com certeza, foi feita para aquelas pessoas que querem se refrescar, mas que não querem aventura tampouco viver o seu dia de Cleópatra…
Agora, se você não quiser nenhuma das duas opções, pode ficar em um parque aquático que tem encostado com direito a música, escorregador e tudo mais…
Há outras três coisas interessantes sobre lá que você precisa saber:
A primeira é que dentro do parque há um local pago onde pequenos peixes beliscam constantemente o seu pé para que você possa relaxar (???). Nunca que eu iria relaxar, mas é uma tradição turca e muitos pagam 20 liras turcas (equivalente ao mesmo em reais) para isso.
A segunda é que tem uma piscina localizada dentro de um espaço no parque que dizem que tem vários benefícios à saúde além de ser divulgada como a piscina que a Cleópatra se banhava. Essa piscina é paga e para desfrutar dela você terá que desembolsar 30 liras turcas. Agora, falando a verdade, a água é a mesma das piscinas naturais, ou seja, para que pagar? Pela paisagem das duas piscinas, creio que a Cleópatra também preferia a versão “free”…
E por último, ainda há muita coisa ao redor do parque super bem preservada e oriunda do Império Romano, como por exemplo, o teatro romano.
E para terminar o post, aos que pretendem se banhar em Pamukkale, o tempo limite dentro d´água é de uma hora e meia. Caso ultrapasse este período pode correr o risco de ter um ataque cardíaco em função de todas as propriedades da água…