Com o aumento de leitores e seguidores dos posts sobre Finanças, tenho recebido diversas mensagens no WhatsApp perguntando qual é o melhor investimento a fazer. Quero deixar bem claro que não existe um melhor investimento, mas sim aquele que adequa-se ao seu perfil e objetivo.
Por isso, hoje vamos voltar ao básico dos básicos para que vocês parem de ficar pensando na resposta de qual é o melhor investimento e, sim, invistam alguns neurônios antes no conhecimento de cada um deles, para assim escolher o que se enquadra na sua realidade.
Para te ajudar nesta missão não tão árdua assim, resolvi trazer um pouco de conhecimento a vocês em um assunto simples: os principais investimentos em Renda Fixa.
Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs)
Um dos investimentos que já foi o mais querido do Brasil, as LCIs e LCAs vem perdendo força com a forte discussão do governo de taxá-las ou não e nada mais são que títulos que os bancos emitem para poder financiar projetos do setor imobiliário e do agronegócio, respectivamente.
Os rendimentos desse investimento, geralmente são pós fixados, atrelados a um percentual do Certificado de Depósito Interbancário* (CDI). A aplicação nesta modalidade possui um prazo mínimo de pelo menos 90 dias para e possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que devolve até R$250.000,00 por CPF em cada instituição financeira.
Uma grande vantagem desse investimento é o fato de ter isenção tributária sobre os rendimentos, entretanto, há um projeto de lei que deseja alterar essa grande vantagem. Por isso, confira bem as regras no ato da contratação.
Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a BMF&F Bovespa para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, por meio da internet. Fiz um post detalhado sobre Tesouro Direto por aqui, que você pode conferir neste link e entender melhor tal modalidade.
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Ao investir em um CDB, você está emprestando dinheiro para um banco e será remunerado por isso. No ato da contratação desse investimento, você já saberá as condições de rentabilidade e o prazo de aplicação, ou seja, trata-se de um investimento pré fixado.
O CDB, diferente das LCIs e LCAs, podem ser resgatados a qualquer momento, entretanto, apesar de não cobrar nenhuma taxa de administração, há a penalidade do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos rendimentos, caso haja resgate da aplicação antes de completar 30 dias iniciais. Essa alíquota é extremamente alta, variando de 96% a 0%, decorrendo durante os primeiros 30 dias do investimento.
Existem dois tipos de CBDs: o pós fixado e prefixado. No primeiro, o rendimento é atrelado a um percentual do CDI (dica: procure por investimentos que paguem pelo menos 100% do CDI) ou atrelado a variação do IPCA, acrescido de uma taxa prefixada. Já o segundo, é um investimento que na hora de contratar você saberá exatamente o quanto irá receber caso permanece com o título até o seu vencimento.
O CDB também tem garantia do FGC, que devolve até R$250.000,00 por CPF em cada instituição financeira. O Imposto de Renda, aplicado na hora do resgate ou do vencimento do CDB obedecerá a tabela regressiva abaixo:
Tabela 1 – Tabela Regressiva do Imposto de Renda.
Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio (CRIs e CRAs)
Semelhante as LCIs e LCAs, os CRIs e CRAs têm a função de financiar projetos do mercado imobiliário e do agronegócio, respectivamente. Possuem também a isenção do Imposto de Renda sobre os rendimentos, entretanto, a sua maior diferença para as LCIs ou LCAs é que não possui cobertura do FGC.
Enquanto as LCIs e LCAs são emitidas por bancos, os CRIs e CRAs são emitidas por empresas de direitos creditórios. Devido a isso, corre-se o risco da empresa que emitiu tal título não quitar suas obrigações e acabar dando calote no investidor.
A remuneração das CRIs e CRAs pode ser prefixada ou pós fixada, sendo semelhante a do CDB. Devido não possuírem cobertura do FGC, possuem rendimentos um pouco maiores que as LCIs e LCAs.
Fundos Referenciados DI
Como o próprio nome já diz, os fundos são referenciados a algum indexador, sendo geralmente o CDI. Esses fundos investem cerca de 95% em ativos que acompanhem as variações da taxa Selic ou do CDI, ou seja, grande parte dos recursos do fundo estão alocados em títulos públicos, enquanto que, os outros 5% são em ativos mais agressivos ou de proteção, como ações e opções.
Investir nesta modalidade é basicamente investir em algo administrado por alguém, mas que investe grande parte em títulos públicos. Então, não aceite nenhum fundo DI que cobre taxa superior a 0,3% ao ano para administração, pois é o mesmo que você pagaria caso investisse direto nos títulos públicos.
Com relação ao IR, possui a mesma tabela regressiva apresentada no tópico CDB, entretanto, não cabe ao investidor se preocupar com isso, pois sempre no último dia dos meses de maio e novembro, o Imposto de Renda é recolhido antecipadamente no famoso sistema denominado “come cotas”.
Qual é o melhor investimento?
Depois de ler sobre todas estas modalidades, ressalto que as opções de investimentos de Renda Fixa apresentadas aqui devem ser analisadas minuciosamente por cada leitor para que possa verificar qual melhor se encaixa ao seu objetivo e perfil.
*A sigla “CDI” vem de Certificado de Depósito Interbancário e deriva do nome dado aos títulos emitidos por instituições financeiras do mesmo nome (CDI). Estes títulos são como empréstimos de curtíssimo prazo (1 dia), feitos entre as instituições financeiras a fim de sanarem o seu caixa.