Será que você é um dos líderes que adotou o efeito manada no bem-estar de seus colaboradores? Ou é um dos colaboradores que entraram neste movimento não necessariamente por conta da Empresa em que trabalha, mas pelo que tem visto nas redes sociais ou até da experiências dos amigos? Antes de responder, será que sabe o que quero dizer com efeito manada no bem-estar dos colaboradores?
Este movimento nada mais é que seguir o que outras Empresas ou indivíduos têm feito em busca do bem-estar. Um clássico exemplo em tempos de pandemia é a criação de áreas de Well-Being ou Bem-Estar mais robustas, sem necessariamente tem um olhar customizado ou individualizado.
Dentro dessas divisões, é muito comum encontrar, entre as opções, pacotes de aulas de ginástica em geral, técnicas de meditação, espiritualidade, autoconhecimento e por aí vai. E é aqui que está o provável grande erro.
Ter um departamento chamado Bem-Estar ou Well-Being e disponibilizar atividades que não necessariamente se identificam com todos pode, no final das contas, trazer inclusive mal-estar para (muitos) alguns. Sabe aquela famosa cesta de basquete ou mesa de pebolim que vemos em empresas super cool? Então..tem gente que adora e desopila. Entretanto, têm pessoas que não suportam. Pessoas estas que têm vontade inclusive de “explodir” a cesta ou esconder a bola, mas não falam nada porque até agora tiveram certa inteligência emocional…rs
Por isso, é preciso ter muita empatia, sabedoria e cautela quando falamos de pessoas. É importante ter salas de descompressão, assim como soluções como meditação, Yoga, Superioga, espiritualidade, salas de jogos, espaços abertos etc? Sim, claro que é! Mas não é implementar tais práticas e achar que tem uma área de bem-estar parruda. Resumindo: o tal do pronto, promovemos bem-estar! (fazendo uma super publicidade, batida de bumbo e afins)
Na minha opinião, primeiramente, é necessário parar e fazer um trabalho em conjunto entre líderes e liderados para trabalhar uma mais acertada solução de bem-estar individual. Só assim é possível chegar mais próximo do bem-estar coletivo. Ou seja, é fundamental conhecer cada pessoa que compõe cada time, do que gostam, do que acham que não gostam e promover descobertas.
A RESPONSABILIDADE NÃO É SÓ DAS EMPRESAS
Outro ponto importante é que o bem-estar individual e, consequente, coletivo não dependem somente da Empresa e de seus líderes. Esta responsabilidade deve ser compartilhada com cada colaborador. Afinal, não adianta nada ter empatia, buscar formas e até criar comitês de Well-Being, se não houver o tal do querer de cada um.
Claro que em todas as corporações teremos o cenário de pessoas que acham tudo isso uma grande bobagem, o que faz parte do jogo. Entretanto, por conta de uma infelicidade do destino, a pandemia tem feito com que um número cada vez menor de pessoas pensem assim. Ainda bem que adentramos na onda de mais líderes e menos chefes!
DÁ PRA REVERTER A CULTURA DO EFEITO MANADA?
Como tudo na vida, claro que dá para reverter. Caso a organização já tenha uma área de bem-estar consolidada, basta fazer ajustes olhando de forma humanizada e customizada para seus colaboradores.
Apesar de existirem pessoas que entendam que é impossível fazer tal customização ou olhar de forma individual para as pessoas em grandes corporações, se começarmos com uma abordagem top down bem trabalhada e organizada é mais do que possível. Para que isso funcione de verdade é crucial fazer a correta lição de casa. Além disso, é fundamental enraizar o conceito de que para ter o bem-estar coletivo é necessário ter o bem-estar individual. Uma força tarefa que depende de um trabalho em conjunto entre Empresa, líderes e colaboradores.
E O CUSTO DISSO?
Alguns devem imaginar que é uma fortuna levar essa tal individualização A resposta é completamente contrária, no meu ponto de vista. O motivo é muito simples. Acredito que a plenitude está vinculada à solidez individual de três pilares: alimentação, válvulas de escape diárias e segurança financeira.
Quando entendemos e temos consciência do que colocamos pra dentro de nosso corpo pela alimentação e, que tais alimentos (ou super alimentos) são acessíveis a todos, a percepção muda. Mas não é somente isso. As tais válvulas de escape diárias que tanto falo e prego podem inclusive já fazerem parte da sua vida, mesmo sem que tenha percebido.
Eu, por exemplo, tenho como válvulas de escape atuais e diárias (sim, elas são voláteis) atividades como andar no parque, lavar louça e dançar de qualquer jeito na sala. Perceba que são todas atividades que não têm uma mensalidade ou custo financeiro adicional atrelado. Além disso, são coisas simples e que podem ser perfeitamente absorvidas no dia a dia. Basta querer, ter foco e disciplina para isso.
Se não curte nada tão simples, aulas online sobre os mais variados temas são excelentes pedidas. Eu, por exemplo, reservo um tempo para fazer aula de Superioga online com a Luci e adoro. Além de trazer força para o meu corpo, me proporciona ainda mais equilíbrio físico e mental.
Já a segurança financeira, no meu ponto de vista, vem da disciplina de efetivamente segregar a renda mensal entre os gastos do mês e as reservas de emergência e de posteridade, colocando o dinheiro como um intermediário e não como a coisa mais importante da vida. Quando se guarda dinheiro ao longo do tempo, indiretamente, ficamos preparados para tomar riscos ou para eventuais imprevistos como uma perda de emprego, por exemplo. Além disso, quando colocamos o dinheiro em seu devido lugar, deixando de lado atos (comuns entre executivos) como desperdiçar, ostentar, comparar ou competir, ficamos muito mais leves.
Concluindo, para mim, a solução está nas coisas simples da vida. Ou seja, no tal do menos e melhor é mais para nossa saúde mental e corporal. E tudo isso entra melhor em nossas cabeças quando começamos, de verdade, a prestarmos atenção em como utilizamos nosso tempo e quais são nossos hábitos de consumo e de cuidados físicos e alimentares.
Cada dia fico mais convicta destes valores, e fico feliz de conseguir levar tais mensagens por meio de programas de descompressão, workshops e mentorias individuais. Como tenho acompanhado bem de perto diversos executivos nas mais variadas questões, consigo visualizar esta resposta positiva na simplicidade e fora de soluções “pirotécnicas”.
MAS E A MEDITAÇÃO E OUTRAS SOLUÇÕES EFEITO MANADA?
Atividades como meditação, Yoga ou qualquer outro tipo de atividade corporal ou mental devem ser sim opções para os colaboradores, entretanto, tanto indivíduos quanto líderes e empresas têm que ter a ciência que tais caixas levam bem-estar para uma parte. É preciso tirar da cabeça e deixar bem clara a comunicação de que tais caixinhas são atividades para alguns e não para o todo. Ou seja, se são caixinhas não queridinhas de alguns, tenha em mente outras opções, mesmo que caseiras para levar bem-estar para os demais. O todo humanizado, customizado e individual são de extrema importância, principalmente, nestes tempos tão sensíveis.
EXEMPLO CLÁSSICO DE EFEITO MANADA NO BEM-ESTAR
Não sei se lembra, mas no começo da pandemia a Anitta fez uma sequência de lives nível hard, com diversos tópicos e propósito de levar alento coletivo para seus seguidores e fãs. Já outras celebridades optaram por mostrar suas casas, faxinas e parte de sua rotina diária.
Com o passar do tempo, diminuiu e muito este tipo de movimento. O alento ainda é necessário, entretanto, essa classe artística se adaptou levando o conteúdo que trouxesse algum tipo de monetização para si e seus times.
Qual o motivo disso? Provavelmente, além de terem achado uma fonte de renda alternativa, houve uma queda “na euforia” de fazer tudo no coletivo. Garanto que o desgaste não foi só nos artistas, mas também nos seguidores e telespectadores. Teve um ponto da quarentena que ninguém mais aguentava falar em live, não é mesmo?
SERIA UM START?
A partir deste determinado ponto, algumas pessoas passaram a entender na prática que o que funciona pra um não necessariamente funciona para outro. Além disso, começaram a entender que algumas alternativas que foram bacanas em um momento de euforia com os amigos, família ou com colegas de trabalho não fazem tão sentido assim no cotidiano.
Fazendo uma analogia com qualquer momento de vida, tal desgaste acontece e acontecerá toda vez que forçarmos ou trazermos as mesmas soluções para o bem-estar do coletivo.
Se todas as pessoas que entraram neste tal efeito manada pandêmico já tivessem consolidado o bem-estar individualizado em suas vidas, muito provavelmente, metade destes eventos ou atos teriam até existido, mas de uma forma diferente. Mas independentemente de um cenário ou de outro, a melhor mensagem trazida neste movimento é que parado não dá pra ficar. É preciso se cuidar e cuidar do entorno de forma correta para que possamos viver melhor e em harmonia.
Se a Empresa em que trabalha não tem um departamento de Bem-Estar, não se esqueça que metade deste movimento depende exclusivamente de você. Que tal correr atrás e fazer um carinho em ti, hein?
Pra quem está bem, continue bem!
Se está a ponto de pirar, procure silenciar a mente, querer e te fazer feliz! Precisa de ajudar pra isso? Me chama 🙂
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