Rio 2016 – A experiência de ter sido voluntária das Olimpíadas

Meus caros leitores, vocês devem ter notado o meu sumiço aqui no blog e ele foi por um bom motivo. Aos que me acompanham também nas redes sociais, perceberam que fui voluntária nas Olimpíadas Rio 2016. A melhor experiência de vida que tive este ano e, muito provavelmente, uma das melhores que terei ao longo dos anos.

Mosaico

Do processo seletivo ao treinamento presencial

Desde que soube que haveria Olimpíadas no Brasil quis ser voluntária dos jogos. Em 2014, logo que abriram as inscrições para o processo seletivo, estava eu lá, preenchendo os meus dados na esperança de ser chamada. De lá até setembro de 2015, foram testes online e presenciais ao longo de um ano e meio.

Em novembro de 2015, finalmente recebi a notícia que tanto esperava. A notícia que fui aprovada e que seria voluntária. E, de lá até junho de 2016, outra vez foi uma longa espera pela carta convite que nunca vinha, ligações para as centrais de antedimento sem qualquer resposta (só a mensagem: “Sua carta convite chegará. Não se preocupe!”) e eu naquela aflição por não saber quando, onde e no que trabalharia.

Confesso que nem tudo foram flores e, que em alguns momentos pensei em desistir pela falta de organização, atenção e informação dadas aos voluntários durante todo o processo e pelo fato de que precisava de tempo para organizar minha agenda cheia de compromissos com parceiros do blog e da patisserie, mas a vontade de participar do maior evento mundial foi mais forte que tudo isso. E, dois meses antes dos jogos, ela veio, sem muitas informações do cargo e escala, mas veio. Naquele momento soube que seria assistente de fotografia no tênis, função que os canais de atendimento e o site não conseguiram me esclarecer do que se tratava. Tive que aguardar o dia do treinamento presencial para descobrir.

Quadra

Apesar de tarde, minha sorte foi ter estrutura logística para saber que poderia ficar tranquila mesmo não sabendo as reais datas que deveria estar no Rio de Janeiro, mesmo recebendo a real escala com datas e horários somente quinze dias do evento.

Enfim, dia 3 de agosto chegou! Era hora de pegar estrada e ir direto ao centro do Rio para retirar meu uniforme e credencial em meio àquela confusão toda organizada no Sambódromo. Com ruas fechadas e obras, o navegador do celular me mandou para um morro de comunidade, mas enquanto ele continuava me mandando para a comunidade, avistei uma viatura policial que me colocou no trajeto certo em meio ao caos do trânsito pré olímpico. Depois do perrengue, finalmente cheguei ao local de retirada e por lá fiquei por quase três horas, entre a identificação, retirada da credencial e do uniforme.

Já exausta, mas feliz porque agora sim sentia o gosto de ser uma voluntária olímpica, parti rumo a Barra da Tijuca, enfrentando duas horas e meia de congestionamento na Linha Amarela até chegar na casa dos meus amigos, minha residência durante todo período das Olimpíadas.

Não deu muito tempo para descansar, pois no dia seguinte cedo já tinha treinamento no Parque Olímpico da Barra onde foram apresentadas as quadras e arenas do tênis, as posições e obrigações de cada função, os times que trabalhariam ao longo dos dias de competição entre outras coisas. O treinamento foi todo em inglês, já que meus “chefes” (gerente de imprensa e gerente de fotografia) eram do Reino Unido e a massiva parte dos voluntários eram estrangeiros de língua inglesa.

Quadradetenis

Claro que haviam alguns poucos cariocas no time e um pingado de outros brasileiros, como eu, que era a única paulista. A grande massa mesmo era formada por europeus, na grande maioria britânicos, que acumulam a função de voluntário desde Olimpíadas anteriores. O que muito dizia nos bastidores é que a falta de mais brasileiro deve-se a três grandes fatores: (a) desinteresse de fazer algo que não é remunerado;  (b) momento de crise e insegurança quanto a garantia de emprego pela fase que o Brasil atravessa; (c) a ausência do domínio do inglês, que é fundamental, ainda mais quando falamos de um esporte tão elitizado como o tênis.

A experiência

Treinamento feito, uniforme no corpo, inglês na ponta da língua e sorriso no rosto, foi dada largada! Foram dias de muito trabalho, concentração, dedicação, descontração, novas amizades, peripécias, falar muito mais inglês que português, selfies, noites mal dormidas, adrenalina na veia madrugadas adentro, entradas em busão lotado altas horas da noite depois de mais de 8 horas de trabalho (muitas e muitas vezes de pé) e só 40 minutos de break, comida que em alguns dias deixou a desejar em nosso refeitório, transmissões ao vivo que fiz de tudo que lá acontecia e que era permitido filmar, muitas aparições nas TVs mundo afora, acesso a atletas e a imagens a olho nu que nunca imaginei vivenciar de tão perto, lições de superação, garra, ego, chiliques e humildade vistos também a poucos metros de distância.

Flores

No meio de tantas emoções e ações, tiveram muito e muitos jogos de tênis, que aprendi suas regras vendo alguns dos melhores do mundo jogar. E não é que me apaixonei pelo esporte?

Os pontos positivos

Muitos foram os pontos positivos na minha participação olímpica, mas o que mais me marcaram foram:

(a) meus amigos voluntários estrangeiros verdadeiramente bravos pelas más notícias que chegavam sobre o Brasil e sobre o Rio antes das Olimpíadas. Muito ficaram de fazer o boca a boca revertendo a imagem de nosso país no exterior. Ele se sentiram abraçados pelo nosso povo e pelas belezas naturais do Rio;

Voluntarios

(b) o transporte público que funcionou muito bem. Deixei o carro na garagem (até mesmo porque não podia ir até o Parque Olímpico de carro devido ao fechamento das ruas) e usei e abusei do BRT até altas horas da noite, sem muitos transtornos;

(c) o orgulho exaltado de ser brasileiro e todas a energia dos voluntários e funcionários do BRT, assim que chegávamos ao Parque Olímpico;

(d) benefício de ter recebido vários pares de ingressos para assistir competições diversas durante os jogos. Uma pena que muitas coincidiram com datas e horários que estava trabalhando e tive que repassá-los a amigos;

(e) o privilégio de ficar muitíssimo perto de lendas do tênis ao longo da competição devido o cargo que me foi concedido;

(f) as novas amizades que fiz com voluntários do mundo todo e o orgulho do povo carioca por ter uma Olimpíada em sua cidade;

(g) o exército e policiamento nas ruas, fazendo com que nos sentíssemos seguros durante o evento. Isso foi positivo, mas confesso que me assustei com aqueles fuzis muito próximos;

(h) a alegria do povo carioca espalhada por toda a cidade. A cidade estava em festa e queria gritar para todo mundo ouvir: Rio, eu amo, eu cuido! (cheio de total razão);

(i) a interação e interesse dos meus amigos que não puderam estar no Rio durante o período das Olimpíadas, mas que curtiram os momentos através das minhas transmissões ao vivo. Ali, vi a importância de mostrar as pessoas o mundo que eu via, a experiência que eu vivia, e que não necessariamente todos tiveram acesso.

Os pontos negativos

Apesar de ser muita exaltada na TV a participação dos voluntários olímpicos, a história não foi tão tão linda assim e foi o maior ponto negativo na minha visão, entre outros:

(a) a falta de informação em tempo hábil sobre a escala e função dos voluntários aprovados na primeira leva – fiz parte do primeiro grupo de voluntários para as Olimpíadas, mas vi muitos, mas muitos voluntários mesmo que foram aprovados muito depois que receberam sua escala e carta convite muito antes do envio da minha. Isto me causou um certo desapontamento e foi um dos principais motivos de eu ter quase desistido do sonho;

(b) o tratamento dado aos voluntários não foi dos mais incentivadores durante os jogos já que recebemos a escala, a função e o que tínhamos a fazer era trabalhar, trabalhar, trabalhar, meu filho, sem muitos agradecimentos, treinamento adequado ou palavras de empoderamento, que estava acostumada a dar quando era executiva. Com poucas cadeiras de descanso e pouquíssimo tempo para um break, que também era horário das refeições, aqueles 40 minutos era mais um respiro que um descanso;

(c) a comida no refeitório dos voluntários estava muito aquém das expectativas. Teve um dia que serviram um frango que ficou marcado por ser humanamente impossível de ser comido e todos reclamaram (pensei que fosse frescura minha, mas não era!). O fato não é ter uma simples servida, até mesmo porque adoro um bom arroz com feijão carioca, mas a qualidade. Ao longo dos dias, devido ao grande número de reclamações, as coisas melhoraram. Em contraparte, a coca, mate e afins que eram para ser liberados, segundo informações dadas durante o treinamento, foram limitados a um frasco por refeição;

Refeitorio

(d) a falta de um agradecimento mais caloroso e valoroso aos voluntários logo que terminaram suas jornadas. Se não fosse um dos voluntários para tirar foto do grupo, não teríamos a foto oficial. Parece preciosismo, mas quem é líder ou já foi sabe como isso é importante. Uma pena! Houve também a reclamação feita pelos voluntários britânicos que a carta de agradecimento (caso não tivéssemos pedido, não viria) foi nominal e assinada pelo David Cameron em Londres 2012, o que não ocorreu na Rio 2016;

(e) a falta de ingressos na internet com arquibancadas vazias, Não sei quem foram os compradores dos ingressos, mas a informação foi de que foram vendidos. Isso foi a maior causa de revolta àqueles que realmente tinham vontade de assistir algo das Olimpíadas bem de pertinho;

(f) a falta de frota de taxi a preço justo em frente ao Parque Olímpico. Por muitas noites, saí muito tarde da jornada de trabalho e queria mesmo era pegar um taxi para ir sentada até em casa, cujo trajeto duraria míseros 4 km, mas não havia e nem podia ter um ponto de taxi para nos levar. A única alternativa era BRT ou taxi aleatórios que cobravam preços fechados e abusivos. Além destas opções, muitos moradores dos condomínios em frente ao parque e carros executivos também transitavam por ali livremente e cobravam preços variados para te deixar em casa ou no estacionamento mais próximo. O problema deste transporte privado, que peguei duas vezes até o estacionamento próximo ao Via Parque (local mais barato que pude deixar o carro nestes dias), é que nem sempre a previsão de chegada era real. Fechei com uma pessoa que atrasou mais de uma hora para me pegar no local combinado, com a justificativa do celular, do carro que deu problema e afins (Ahã!);

(g) melhor identificação das funções dos voluntários – nós éramos dividimos em três partes: (a) trajados de camisa verde – faziam parte da organização e logística do evento e do público; (b) trajados de camisa amarela – integravam as equipes dos esportes propriamente ditas, lidando ou não com atletas; (c) trajados de camisa vermelha – integravam a equipe médica, podendo ser enfermeiros ou médicos. Eu sabia desta designação, mas garanto que você não sabia. E, por este fato, a cada segundo que andava nos arredores e dentro do Parque Olímpico era parada por um torcedor atrás de informação. O problema é que ficava dentro da quadra de tênis e, que nenhuma informação adicional era capaz de dar. Isso causou revolta e alguns xingamentos por parte do público brasileiro, pois não sabia informar sobre isso ou aquilo. Quando falava que ficava na quadra, falavam que eu tinha obrigação de saber de todas as coisas, já que ali estava trabalhando. É mole? – Para amenizar estes desaforos ao longo dos dias, confesso que troquei de camisa depois da minha jornada de trabalho (quando vespertina) para aproveitar um pouco das Olimpíadas, sem desaforos e ser paradas inúmeras vezes;

Simbolo

(h) falta de consistência na preferencial para os carrinhos de golfe – no final das Olimpíadas levei a minha mãe para conhecer o Parque Olímpico e ir a alguns jogos. Ela, como senhora idosa que é, tem direito juntamente com um acompanhante a utilizar o carrinho de golfe que transitou pelo parque de uma instalação a outra. Não tivemos problema com isso, até a última leva, que além de demorar quase uma hora, ainda me impossibilitou de entrar, já que não eu não era preferência e, sim acompanhante da preferência. Aquilo que tirou do sério, já que não havia lógica e ia contra a regra. Imagina você largar a mãe no carrinho de golfe e sair correndo atrás dele para não perde-la de vista. Surreal, né? Sei que nos irritamos e fomos vagarosamente a pé para não correr o risco de nos perdermos. – O que nos irritou mais foi o fato de ter visto após este fato, voluntários jovens e sádios, famílias inteiras e carrinhos cheios de não preferencial utilizando o transporte que eu fui barrada por direito, já que era acompanhante de uma preferencial. Foi muito indigno e cruel!

Meu cargo voluntário

Cada voluntário tinha a sua missão e muitos que trajavam uniformes distintos, como expliquei acima. Eu, fui escolhida para ser uma das assistentes de fotografia especificamente do tênis e, desta forma, não trabalhei e não trabalharia em nenhum outro esporte.

Trabalhei entre os dias 6 e 14 de agosto, substancialmente entre às 16 e 24 horas, sendo que a minha função era basicamente mostrar aos fotógrafos os locais a eles designados em cada uma das arenas tanto na quadra quanto na arquibancada, segurá-los (literalmente) para entrarem somente durante o break (o que era um stress a parte, principalmente, se chegavam atrasados para o match point), informar os jogos que aconteceriam naquela arena no dia e demais informações que poderiam solicitar.

EueDeb

Aparentemente parece moleza, né? Muitas vezes não era, pois ele queriam entrar durante o jogo, queriam tirar foto de locais onde não poderiam tirar ou estar e, quando não estávamos de olho davam um jeito de ir a instalação de imprensa (TVs) para tirar fotos de lá. Ouvi alguns xingamentos pesados de renomados fotógrafos mundiais, que foram desculpados como aquele sorriso que a gente quer dar um tapa na orelha (eles sabiam que estavam errados). A minha sorte é que passei boa parte da minha vida a base de pressão, fazendo com que todos os desaforos entrassem por um ouvido e saíssem por outro…rs

Como sempre, todo perrengue ter uma compensação. Ficava muitas vezes em um local privilegiado da quadra (já que tinha que estar com os fotógrafos) e pude ver muitos jogos e estrelas do tênis bem de pertinho. Esse foi o melhor da experiência, com certeza! Ver o Djoko, Serena Williams, Nadal, Murray, Venus, Delpo, Bellucci e tantos outros muitas vezes a menos de dois metros, sentindo sua respiração, tensão e manias é algo para poucos e eu fui um desses poucos. Algumas vezes, apareci na TV, já que estava ali na cara do gol e ria a cada mensagem que recebia dos amigos com fotos tiradas no momento da aparição.

EunaTV

A única coisa ruim, já que eu era do time de fotografia e imprensa, é que não podia tirar foto, filmar, mexer no celular ou falar com os jogadores. Os demais voluntários que não eram de imprensa podiam fazer de tudo e, cada vez que vi, dava aquele aperto, mas tudo bem, não troco a experiência que tive. Ela ficou e ficará guardada na memória.

Lição de humildade e de interesse que mais me marcou

A Força Nacional também esteve presente em quadra. Dois de seus representantes ficavam costumeiramente em quadra, perto dos atletas, para garantir a segurança, eventuais invasões de quadra e afins. Outro, armado e fardado, ficava na entrada dos fotógrafos, juntamente comigo ou com alguém do meu time durante o período dos jogos. Como a gente ficava no mesmo lugar por horas, a convivência era inevitável. Muitos eram muito bacanas e conversávamos por horas sobre assuntos diversos, mas um me chamou a atenção.

Logo que cheguei ao posto, um desses rapazes olhou pra mim e disse: “Boa tarde! A senhora pode ficar tranquila que estou aqui e, por aqui ninguém chegará na senhora antes de passar por mim. Hoje acompanhei muitos jogos (já que ficávamos na quadra literalmente) e aprendi a gostar de tênis. Que esporte legal, né?

ForC3A7aNacional

Estava com o seu colega até agora pouco, que é a Turquia, e que me explicou sobre o jogo. A gente foi se entendendo em inglês, com o auxílio do Google Tradutor e foi bem bacana a convivência.”

Aquilo me tocou pelo fato de ser uma pessoa simples, que em poucas horas se apaixonou por um esporte de elite e que se virou sem problema algum para conversar com alguém de um lugar muito distante, que assim como ele, não tinha o inglês como língua nativa. Pode até parecer mais uma história, mas o momento me marcou.

Alegria que eu pude proporcionar

No jogo do Bellucci com o Cuevas já no final do último set, estava eu lá na quadra e posicionada na entrada e saída dos atletas. A cada ponto do Bellucci, uma vibração brasileira mais forte vinha e uma em especial chamou a minha atenção, após ela ter deixado cair um cartão de seu caderninho bem próximo a mim.

Vinicius

Escutei uma menina de uns seis, setes anos me chamar aos prantos: “Moça, moça, pega este cartão que caiu do meu caderninho pra mim”. A partir daquele momento fiquei prestando atenção nela e vi o quanto seria importante ter um autógrafo do Bellucci. Na minha cabeça, pensei: É hoje que faço uma criança feliz!

Jogo encerrado, lá vinha a pessoa responsável pela saída dos atletas da quadra. Como não podia nem falar, nem encostar no Bellucci, chamei este responsável e pedi para ele levar o Bellucci até a menina para dar um autógrafo. E ele foi! – O olhar de agradecimento dela pra mim foi meu orgulho naquela noite 😉

Os que os voluntários da Rio 2016 ganharam?

Por se um trabalho voluntário, não houve valor de remuneração envolvido. O que eu tive de benefício, foi o que um funcionário poderia ter de uma empresa, que foi: vale transporte; voucher de refeição para o período do trabalho (se o trabalho passasse por almoço e jantar, como aconteceu na final, não tínhamos direito a duas refeições – se quiséssemos comer, tínhamos que pagar a outra refeição do bolso lá na área comum) e; uniforme completo.

BRT

Além disso, ganhamos alguns pins e ingressos para jogos que não necessariamente poderíamos comparecer.

Pena que eu não pude…

Registrar muitos momentos com fotos e vídeos durante as partidas, mas tá valendo! No final da jornada, tudo foi liberado e pudemos fazer nossos registros na quadra.

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Bom que pude…

Como o pessoal da imprensa entrava pela mesma entrada que eu no Parque Olímpico, me deparei com o Giba. Como tinha acesso a parte de imprensa, me deparei também com o Raí e estes momentos não poderiam passar em branco, né não?

Eu e Giba – 

Eu: Giba, posso tirar uma foto sua?
Ele: Vamos fazer melhor? Me dá o seu celular e fica aqui bem coladinha em mim. Vamos fazer uma selfie que é bem melhor ter você comigo na foto.

Giba

Eu e Raí – um dos meus ídolos tricolores

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A lição de vida e legado pra mim 

No final, a lição que fica pra mim é a emoção surreal de ter participado como voluntária dos Jogos Olímpicos #Rio2016 , o orgulho de ter representado meu país em uma causa tão nobre, a experiência de vida que ninguém me tirará e o especial agradecimento a família Teixer que me recebeu de braços abertos em sua casa, com muito carinho, alegria e momentos únicos. Obrigada de coração!

E que venham os Jogos Paralímpicos e Tóquio 2020 😉

 

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