Como perdi peso comendo e sem malhar? Este certamente é um título que chama a atenção daqueles (as) que ainda querem fazer e acontecer neste verão com alguns quilos a menos, mas não se empolguem. Tudo tem o seu tempo e eu não serei porta voz de dietas malucas.
A ideia deste post surgiu depois da repercussão que tiveram os meus quilos off após ter deixado a minha carreira de executiva, relatado no polêmico texto Saí do mundo corporativo e sobrevivi!
Pra ficar mais fácil de entender o que aconteceu comigo, separei o antes e depois dos meus hábitos pós mundo corporativo.
1 – Almoço
Antes – almoçava fora todos os dias da semana:
Como era executiva de uma grande multinacional, vivia de um lado para outro visitando clientes, em reuniões, dando palestras e tudo mais que alguém com esta função faz em sua rotina diária. Por vezes, também ficava no escritório, mas isso não mudava muito quando o assunto era o tal do “Vamos almoçar”?
Comia em restaurantes das mais variadas culinárias ao menos cinco vezes durante a semana (quando não trabalhava aos finais de semana ou jantava) e, costumeiramente na sexta feira fazíamos o famoso “Almoço Feliz”, que traduzindo era o dia de comer naquele restaurante mais caro, mais requintado e comer aquele prato de responsa, mesmo sendo ele com peixe (típico no meu caso)…
Este tipo de hábito implica em termos uma alimentação a base substancialmente de processados, em que não sabemos com quais ingredientes são preparados os pratos e a sua respectiva qualidade. Mas isso é algo bastante complicado de monitorar neste tipo de rotina.
Depois – almoço em casa:
Pode parecer até uma besteira para alguns, afinal comida é comida, mas isso não é verdadeiro. O alimento feito e consumido em casa tem suas vantagens e propriedades.
Atualmente, como vocês sabem, substancialmente faço home office em São Paulo ou na praia, escolho e preparo minha própria refeição. Isso faz uma baita diferença porque sei o que estou comendo de saudável ou não e como os alimentos são preparados.
Claro que a minha alimentação caseira não é neurótica e acabo comendo de tudo, de tudo mesmo, exceto carne de porco ou qualquer outra carne mais exótica…rs
Pela facilidade de tê-los em meu prato atualmente, carnes brancas, frutas e legumes são presenças constantes, principalmente, robalinho, atum, escarola, abobrinha, couve, tomate, manjericão e berinjela. Adoro e sempre adorei estes tipos de alimento, regados a um bom azeite extra virgem!
2 – Cafézinho
Antes – sagrado após o almoço:
Nunca fui chegada a café antes de trabalhar. Tá certo que comecei a trabalhar muito cedo, antes até de entrar na faculdade. Entretanto, depois de alguns longos anos de resistência e falta de interesse, acabou virando um hábito após o almoço.
Acho que no fundo, no fundo, o café era mais um pretexto para eu comer um docinho após as refeições do que qualquer outra coisa, já que raramente o tomava pela manhã ou em qualquer outro momento do dia…rs
Depois – raramente:
Como o café nunca foi uma paixão ou um hábito fora do mundo corporativo, eu raramente tomo depois que mudei meu estilo de vida. Atualmente, não lembro que existe e nem sinto falta, mesmo sendo um hábito pós almoço por muitos e muitos anos.
Com isso, aquele adoçante ou açúcar mascavo que costumava colocar e o docinho que vinha de acompanhamento, foram embora também da minha rotina diária.
Aqui, um adendo. Falando estes dias com a Luci, fiquei sabendo que o café pode atrapalhar a absorção dos nutrientes e, que portanto, tomá-lo logo após as refeições não é a melhor das idéias.
3 – Jantar
Antes – enfiava o pé na jaca:
Quantas vezes trabalhei até tarde da noite (ou virava noite) e na hora de fazer uma pausa para comer algo a noite, adivinha: Pé na jaca! – Era pizza, lanche do America, aquelas tentações do Almanara e tudo mais que você possa imaginar de rápido, prático e calórico.
Depois – jantar mais leve:
Se não janto arroz com legumes e proteína, como lanches leves com manjericão, atum, tomatinho, mussarela de búfala e azeite ou até mesmo preparo um Rap10 Light ou Integral com frango ou um mix de frios em grande parte dos dias.
Claro que tem um ou dois dias de pé na jaca, até porque não sou de ferro, né gente! rs
4 – Happy Hour
Antes – ao menos uma vez por semana:
E aquela quinta feira de verão? Não casa bem com uma cervejinha trincando? Ou um prosecco “cazamigas”? – E aquela tarde de sábado? Também não pede?
Junto a breja ou ao prosecco, petiscos e mais petiscos para acompanhar, claro e sempre!
Pois bem, o happy hour fazia parte não só do meu legado de cultura corporativa. Pelo menos uma vez por semana era dia de HH na certa!
Depois – HH com menor frequência:
Como estou longe fisicamente, mas ao mesmo tempo perto territorialmente do circuito Happy Hour, de vez em quando, mato a saudade da dupla bebida e petisco, mas ultimamente, tenho preferido jantares ou viagens.
Claro que não nego um choppito bem tirado, uma bela taça de prosecco ou uma coxinha de vez em quando, mas os hábitos mudaram. Os HHs foram quase todos transferidos para casa dos amigos ou para a vista do mar ou do campo e, neste esquema, a gula ou o impulso são obviamente menores.
Além da frequência, hoje em dia bebo bem menos (não que fosse uma alcoólatra ou quase isso – longe disso, na verdade), apesar de ser muito difícil me derrubar no “arcoól” por conta de saber beber da forma certa.
Os petiscos também diminuíram drasticamente por conta da alimentação que levo no dia a dia. Quando vejo alimentos muito gordurosos, tendo a ter maior rejeição, exceto quando o assunto é coxinha, claro! rs
5 – Menor nível de stress
Antes – movida a pressão diária dos outros:
Por mais que estivesse acostumada com a pressão diária alheia e, já a tirava de letra, não tem jeito, ela interfere e muito em nosso nível de stress e isso complica na hora de balancear o nosso peso, já que a ansiedade impera e muitos acabam descontando na comida (não era o meu caso).
Era ligação, email, reunião, blog, recado com a dança da fumaça que não parava o dia todo e eu lá rebolando pra dar conta de toda pressão, mesmo com um sorriso no rosto ou querendo matar um.
Depois – movida a minha pressão diária:
Claro que ainda vivo sob pressão, mas é sob a minha pressão. Apesar das pessoas acharem que não, trabalho bem mais hoje e continuam os dias intensos e a cabeça a mil, mas com olhar e pensar completamente diferentes, pois trata-se de algo entre eu e eu mesma.
Chega até ser engraçado dar auto bronca e auto elogio…rs – Não há ninguém que me conheça melhor…
6 – Menos refrigerante, mais água
Antes – mais refri, menos água:
Até pelo fato de não tomar muito café, a minha dose diária de cafeína vinha do refrigerante diet, light e afins durante as refeições. Como refri é líquido, pra que beber água regularmente, né? Pois é, esquecia de encher a minha garrafinha a tira colo, assim como, esquecia de tomar água regularmente dentro e fora de casa. Já o refrigerante era quase que sagrado, ao menos durante a alimentação.
Depois – menos refri, mais água:
Aos poucos e sem perceber, fui reduzindo a quantidade de refri ingerido e bebendo muito mais água, água com limão, água com gás, sucos naturais e afins.
O refri que era praticamente sagrado antes, virou coadjuvante. Hoje, o troco fácil por água com gás e limão espremido, quando bebo algo durante as refeições. Isso acontece normalmente quando almoço ou janto fora, já que em casa costumo não beber nada durante as refeições.
7 – Sobre o café da manhã e comer a cada 3 horas:
Este foram hábitos que quase não mudaram. O meu café da manhã continua o mesmo de anos. Cereal com iogurte, chutando o balde somente quando viajo (rs). Já o hábito de comer a cada 3 horas, nunca tive e não devo criá-lo tão cedo. Como quando tenho vontade ou me dá fome. A única diferença que hoje como mais fruta que besteirol nos intervalos das refeições.
O outro lado da moeda – Calma! Já emagreci quando estava no mundo corporativo e você não precisa sair dele para perder peso…rs
Não é porque você vive no mundo corporativo que não perderá peso. Isso é uma tremenda estupidez afirmar!
Eu, há alguns anos, fiz uma dieta regada a almoços de frango ou peixe grelhados com salada e sem arroz, jantares leves, tratamentos estéticos e afins e perdi 8 quilos, monitorados com a nutricionista. As únicas diferenças entre aquela época e agora são que não fiz nenhum tipo de tratamento estético (Carbox, drenagem etc), estou bem desencanada em relação ao meu peso e, como de tudo (menos porco ainda), inclusive arroz e feijão constantemente.
Meu corpo já me respondeu que, independentemente de eu ter 40 ou 30 anos, se eu me cuidar, a recompensa virá.
Quer mais um exemplo? Recentemente fiz uma viagem de quase 20 dias e, obviamente minha rotina alimentar mudou, a jaca imperou! Com isso, vieram uns 2 kgs a mais na balança.
Depois de uns dez dias do meu retorno, inclusive aos meus hábitos alimentares atuais, os mesmos quilos a mais foram eliminados, sem qualquer esforço.
Outro exemplo? Quando fui a Grécia e fiquei 20 dias por lá, perdi uns 3 quilos só por conta das características dos produtos e alimentos gregos. Parece mágica, mas não. É o tal do saber comer bem e comer comida de verdade e não processada!
Por que a malhação ou o esporte não é uma rotina? Como perdi peso sem malhar?
Por mais que consiga distribuir o meu tempo, ainda não incorporei o retorno ao esporte e a atividade física em meus hábitos diários. Este é um erro que eu preciso corrigir rapidamente, eu sei.
Talvez ainda não o tenha incorporado porque ando muito focada nesta fase inicial do Não Pira, Desopila, fazendo a curadoria de 100% dos textos, das redes sociais e afins, bem como, tantas outras coisas que faço, mas eu voltarei a ativa em breve, com certeza!
Não é pelo fato de ter perdido peso sem atividade física que eu tenho que amolecer neste quesito. Alimentação saudável e corpo em atividade são coisas que se unem e se complementam pro bem estar de nosso corpo e isso aprendi lá no passado quando ainda era bailarina.
Acompanhamento com endocrinologista
Em um dos check ups feitos há uns 2 anos, foi diagnosticado uma alteração em minha tireoide e, logo procurei uma endocrinologista para entender o que estava acontecendo. Naquele momento e, ainda no mundo corporativo, me queixei a ela que me sentia inchada e que não conseguia perder peso por nada.
A queixa veio não porque tinha há anos um corpo dentro dos meus padrões e estrutura e, depois de um tempo, meu peso começou a mudar, gerando um aumento de peso. Aumento este, que não foi UAU de expressivo, mas foram alguns kgs a mais. Será que era idade batendo na porta?
Bom, pouco antes do check up (não propositadamente), fiz uma bateria de sessões de drenagem linfática, consumi litros e litros de chá de hibisco e afins e fiz uma dieta regada e sem exageros, mas o peso não mudava e o corpo não mostrava sinais de melhora de forma alguma e isto me preocupou.
Só sei que depois de um tempo, com todas as mudanças de hábito que mencionei, fui perdendo peso, perdendo peso até que cheguei nos atuais 54 kg (quase 7 kgs off). Com isso, a preocupação foi outra. Será que a perda de peso tem relação com algum distúrbio? A resposta da minha endocrinologista foi: “Não! Você passou a se alimentar melhor, dormir melhor e ter a mente mais leve. Isso muda muito o corpo, apesar de parecer que não.”
De qualquer forma, continuo fazendo o ultrassom de tireoide e visitando a minha endocrino duas vezes ao ano para ver como vai a carcaça. E, Graças a Deus, está tudo bem, mesmo com a leve alteração na tireoide.
Mensagem que quero passar
Como nunca fui neurótica com balança, não percebi a perda de peso logo de cara. Perdi meus quilos ao longo do ano passado de forma totalmente natural devido aos novos hábitos alimentares. Vocês podem não acreditar, mas só percebi o “afinamento” quando fui colocar uma calça jeans que estava encostada no armário, só para testar o quanto na coxa ainda faltava pra passar (coisa de mulher)…rs! Levei um susto quando passou e aí sim, fui checar a balança. (Vai vendo…)
Bom, dietas malucas de nada adiantam, exercícios sem boa alimentação também não valem de nada. Cuide de você que a recompensa de ter um corpo mais saudável é consequência.
Termino este post dizendo que não levanto a bandeira da magreza, da dieta ou da obsessão em ficar esbelta. Cada um tem seu corpo, sua estrutura e deve procurar ser feliz do jeito que é. Hoje, estou bem feliz com o meu corpo (na verdade sempre estive), feliz também por ter a oportunidade de comer comida de verdade praticamente todos os dias e é isto que importa!
Por isso, ao invés de perguntar: Como perdi peso comendo e sem malhar? A pergunta deveria ser: Quais são os efeitos de hábitos saudáveis na vida de alguém?
Pense também que não pode ser o (a) louco (a) da dieta, do sem glúten, sem lactose e das calorias. Permita-se, enfie a perna inteira na jaca de vez em quando porque faz bem a mente. Se ficar na neurose, o dia em que se livrar dela será o caos, fora que ninguém merece um chatonildo (a) ou alguém de mau humor (pq a neura mexe com o sentimento) a tira colo. Seja feliz e viva bem!