Rota das vinícolas da Campanha que permitem visitação com degustação (rota do Pampa Gaúcho)

Fui recentemente ao Rio Grande do Sul, mais especificamente à Pelotas e, como passaria mais de uma semana por lá, decidi juntamente com minha amiga blogueira e parceira de viagens, Robertinha do blog Territórios, a fazer algo pela região. Como estávamos perto da rota dos vinhos da Campanha, foi para lá que decidimos ir.

Pelo fato de não ter muitos dados de qualidade sobre a rota das vinícolas que permitem visitação na região da Campanha (Rota do Pampa Gaúcho) nem na internet, nem nos centros turísticos da região, fizemos praticamente uma caça às informações com pessoas ligadas ao turismo na cidade de Bagé e as vinícolas, incluindo a ida praticamente de porta em porta ou de telefone em telefone em busca do que queríamos.

Vinhedo 1

Esta falta de informação ocorre porque o enoturismo ainda é pouco desenvolvido na Campanha Gaúcha, principalmente porque grande parte das vinícolas ainda são pequenas, não tendo infraestrutura com sommelier e local fixo preparado para receber os turistas que passam pela rota. Além deste fato, os produtores de vinho não viam muita necessidade de ter tal infraestrutura, já que a produção é praticamente vendida em sua totalidade para os comércios da região e parte da região Sudeste.

Para a nossa felicidade, isso cada vez menos será uma verdade absoluta, pois parte das vinícolas começaram a se preocupar como o enoturismo e estão trabalhando forte para atender com qualidade tal demanda. Reforçando…como somente parte delas se prepara para receber o enoturismo, não adianta ser teimoso (a), chegar na região e bater na porta de todas as vinícolas com base nos mapas da Campanha que terás acesso. Vais levar uma gauchada atrás da outra, com toda razão, Tchê!
LaPaloma 1

A fim de evitar tal constrangimento e ajudar os meus leitores economizar combustível, que é absurdamente caro por lá, por sinal (Etanol entre R$ 3,999 e R$ 4,20), este post foi para contextualizar tal questão e ajudá-los a não passar os mesmos perrengues que nós passamos.

Lista das vinícolas que permitem visitação com degustação

A ordem de visitação das vinícolas foi feita com base na sequência das cidades da região da Campanha, indo de Candiota a Santa do Livramento, quase na fronteira do Uruguai.
1 – Batalha, em Candiota
Apesar de ter sido criada em 2010 e ter iniciado sua produção em 2013, a Batalha já é uma referência na região. Seus vinhos são consumidos por um público seleto, sendo o Tannat um dos premiados vinhos da Campanha.A vinícola, cujo nome e as terras derivam da Batalha do Seival, está se preparando para receber o enoturismo de forma mais estruturada. Com a construção de um complexo gourmet com direito a imponente restaurante, cave e degustação de vinhos, projetado para ficar pronto daqui quatro anos, a Batalha aposta que será no futuro uma dos pontos de enoturismo referência na região.
Batalha 1

Visitação: gratuita

Degustação dos vinhos e espumantes – R$ 15, por pessoa
Degustação de vinhos e espumantes com almoço – R$ 40, por pessoa, sendo necessário o agendamento
A degustação durante a semana pode ser feita a qualquer momento até às 18 horas. Caso opte pelo final de semana, entre em contato para se informar acerca da disponibilidade e horário.

Batalha1 1
Localização: Km 144 da BR-293, cidade de Candiota

Email: contato@vinhosbatalha.com.br
Telefone: (53) 3247 1944
Website: http://www.vinhosbatalha.com.br/

2 – Peruzzo, em Bagé

De volta às atividades, a pequena vinícola de dezesseis hectares aposta não somente na produção de bons vinhos, mas também em diferentes atividades dentro da vinícola. A Peruzzo será pioneira na região, quando o assunto é aliar esporte com vinho, uma vez que está prevista para acontecer ainda este ano a Primeira Maratona Vinícola Peruzzo que, como o próprio título diz, será uma maratona onde os participantes correrão ao redor de 5 km de vinhedos.
A vinícola também promove para grupos almoço com cordeiro e sobremesas típicas do Sul, com direito a vinho e espumante a vontade por R$ 80,.
Peruzzo1 1

Visitação: gratuita

Degustação dos vinhos e espumantes – R$ 10, por pessoa
Degustação de vinhos e espumantes com frios – R$ 15, por pessoa
Carros chefe: vinho Sensus (R$ 15,) e espumante Brut (R$ 30,)
Localização: Estrada do Forte Santa Tecla, S/N (há placa com indicação tímida na estrada), mas saindo de Bagé sentido Dom Pedrito, você pegará a BR-293 e andará 3,7 km. Fique atento a placa. Basta entrar, pegar a estrada de terra que chegará na Peruzzo.
Telefone: desatualizado no site – procure pela Clori, proprietária diretamente no (53) 9971 6113
Website: http://www.vinicolaperuzzo.com.br/

Peruzzo 1

A degustação durante a semana pode ser feita a qualquer momento até às 18 horas. Caso opte pelo final de semana, será necessário entrar em contato para agendar.

3 – Guatambú, em Dom Pedrito (a mais estruturada de todas para receber o enoturismo)
Sinônimo de estilo, elegância e bons vinhos, não existe a possibilidade de fazer a rota dos vinhos sem dar um pulo lá. Sem qualquer sombra de dúvida, a Guatambú é a vinícola que oferece a melhor infraestrutura ao turista que vai a Campanha e a que tem melhor informação no meio digital.
Guatambu 1 1

Programe-se para ir em um sábado que eles tenham almoço, maravilhoso por sinal com harmonização de vinhos e espumantes com as entradas, pratos principais com parrila e sobremesa. Antes do almoço há um tour pela vinícola feito juntamente com os enólogos da Guatambú, que contam como é o processo de fabricação e produção dos vinhos e espumantes. Confira neste post como foi a minha experiência -> Guatambu – Estancia do Vinho, almoço harmonizado e tour na vinícola mais charmosa de Dom Pedrito.

Visitação: gratuita
Degustação de três vinhos e frios e tour pela vinícola – R$ 40, por pessoa e duração de uma hora.
Almoço com harmonização, parilla, entrada e sobremesa – R$ 180, por pessoa (super recomendo!)

Guatambu 1

É possível comprar vinhos a R$ 28, e espumantes a R$ 32,. 

Localização: Km 265 da BR-293
Telefone: (53) 3243 3295 ou 9997 9016
Email: visita@guatambuvinhos.com.br
Website: http://www.guatambuvinhos.com.br/
Horário de funcionamento: de segunda a sábado – 8:00 às 12:00 horas e 14:00 às 18:00 horas
4 – Cordilheira de Sant’ana, em Santana do Livramento
Apesar de não ter a infraestrutura completa da Guatambú é a segunda na linha de informações digitais disponíveis e preparo para receber os turistas. Tivemos a oportunidade de provar vários vinhos tanto brancos como tintos e é difícil de dizer qual é o melhor. Sem dúvida alguma, a Cordilheira de Sant’ana possui uma gama de rótulos de vinhos finos e requintados, ficando difícil saber qual levar após a degustação.
Vinhos Cordilheira 1

Fizemos a visita na linha de produção que, assim como, onde somos recebidos, tem uma vista incrível para os vinhedos.

Visitação: gratuita
Degustação a cada três rótulos de vinho – R$ 10,
Degustação com frios e todos os rótulos de vinho – R$ 40,
Almoço com churrasco feito com fogo de chão e vinhos tintos e, entrada com vinhos brancos, com agendamento necessário – R$ 80,
O preço dos vinhos variam entre R$ 72, e R$ 85,.

Vinho Cordilheira 1

Localização: Km 548 da BR-158 (entrada via estrada, siga em estrada de terra e pedregulho)

Telefone: (53) 3243 3295 ou 9997 9016

Horário de funcionamento: de segunda a sexta – 8:30 às 16:30 horas

                                               sábado, domingo e feriados – 09:00 às 18:00 horas

Como estruturar a rota – 
 
Em que cidades se hospedar e onde se hospedar?
Informações gerais:
 
A rota de ida e volta dependerá de onde partirá. Se vier de Porto Alegre, o trajeto é longo e vale a pena parar em Pelotas para dormir, comer uns docinhos (capital nacional do doce) e conhecer a cidade. No dia seguinte, siga até Santana do Livramento para começar pela última vinícola ou pare em Bagé para não ficar muito puxado.
Dou as duas opções porque dependerá muito do que acha melhor fazer. Nós fomos de Pelotas até Bagé, ficando dois dia por lá, seguindo direto para Santana do Livramento e voltando para dormir em Dom Pedrito. Essa rota foi feita desta forma porque já conhecia a região de Livramento, mas caso não conheça, vale a pena dormir um dia em Livramento e outro em Dom Pedrito.

Carro 3

Bagé:

Pelo fato das vinícolas serem afastadas, recomendo que fiquem parte da rota em Bagé, conhecendo as vinícolas Batalha e Peruzzo, além de visitar alguns pontos turísticos da cidade, tais como o Museu Dom Diogo de Souza, os casarões do centro e a cidade cenográfica do filme O Tempo e o Vento.
O ideal é ficar na cidade dois dias para fazer tudo com calma, já que a distância entre as vinícolas Batalha e a Peruzzo é cerca de 60 km.
Recomendo se hospedar na Pousada do Sobrado, um casarão construído em 1820 e que recebe vários famosos (fiquei no quarto que o Thiago Lacerda sempre fica…rs) e pessoas ligadas ao enoturismo. O meu review da pousada está neste post do blog para que você conheça um pouco mais a opção de hospedagem recomendada -> Onde ficar em Bagé?
Não deixe também de almoçar na Churrascaria Betemps, super tradicional na cidade e ponto de encontro dos figurões e figuronas de Bagé.
Dom Pedrito:
Além de ser uma graça, Dom Pedrito é a cidade onde foi selado o tratado de paz da Revolução Farroupilha e que possui a mais estruturada e imponente vínícola da região, a Guatambú. Não deixe de dar uma volta na cidade e jantar no Cumbuca, restaurante do Hotel Alexandre.
Lembro que dividimos um medalhão de mignon ao molho gorgonzola com espaguete, harmonizado com uma taça de vinho Tannat e a nossa conta deu cerca de R$ 30, por pessoa. Além de barato, a combinação estava deliciosa.
Por falar no Cumbuca, recomendo a hospedagem no Hotel Alexandre quando em Dom Pedrito. Outra propriedade secular que foi totalmente reformada, tendo um ar de modernidade e luxo a um preço bem acessível. Confira meu post com o review do hotel neste link -> Hotel Alexandre – Onde ficar em Dom Pedrito aliando conforto a boa gastronomia.
Santana do Livramento:
A última cidade da rota e do Rio Grande do Sul, já que faz fronteira com o Uruguai. Lá você poderá ir a vinícola Almadén (que tem visitação, mas optei em não ir por já conhecer daqui) que tem acesso confuso e a Cordilheira de S’antana, que como falei acima, tem um dos melhores vinhos da região.
Além do enoturismo, você pode aproveitar e seguir alguns quilômetros até chegar em Rivera, primeira cidade uruguaia e fazer aquelas comprinhas boas e aproveitar para comer um alfajor delicioso nas confeitarias da região.
Como recomendo vinho e compras, o ideal é ficar uma noite em Livramento para fazer as coisas com calma. Não vale a pena fazer turismo de paisagem, caso não tenha tempo até porque terá pela frente estrada e uma fronteira não tão bonitinha.
Até tem um passeio bem bacana para conhecer o Centro de Palomas e provar além dos vinhos, os queijos, mas de novo, precisa ter tempo para isso e ir na época certa.
As dicas de compras e donde se hospedar também estão no blog nos seguintes links:
Caso você siga viagem, também tem post no blog com dicas de quem atravessará a fronteira de carro para que você não passe perrengue -> Dicas utéis e básicas para dirigir no Uruguai
Algumas características da rota para você se apaixonar e informações adicionais:a) Atendimento personalizado e feito pelos donos, o que garante uma maior exclusividade;

b) Os especialistas dizem que é uma das melhores regiões para o plantio e cultivo da uva, o que tem feito com que os vinhos produzidos na Campanha sejam de uma qualidade ímpar. Algumas vinícolas do Vale dos Vinhedos tem inclusive iniciado as suas atividades de plantio no Pampa Gaúcho;

c) Pelo fato da região ainda não ter o enoturismo instalado “de verdade”, há a exclusividade não só a personalização do atendimento nas vinícolas, mas também nas pousadas e nos restaurantes, o que faz uma grande diferença. Conheci várias regiões vinícolas mundo afora e, posso garantir que na região da Campanha me senti na pele esse mimo de exclusividade, que fez com que eu tivesse uma experiência ainda melhor;

d) Vinícolas como Almadén e Miolo possuem também atendimento ao turista, mas é necessário colher as informações de visitação, almoço etc com antecedência, a exemplo das demais vinícolas;

e) Exceto pela Guatambú que possui uma gama de funcionários e loja para te atender dentro do horário de funcionamento, aconselho entrar em contato com as vinícolas antes da visita para que eles preparem para te receber. Pelo fato de serem poucos funcionários na estrutura de turismo, você pode chegar em algum momento não oportuno, como o horário de almoço do time, por exemplo;

f) Aos que moram ou visitam São Paulo, há uma loja dentro do Shopping Frei Caneca que possui rótulos de vinhos da Campanha a venda.

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