Um dos assuntos mais emergentes na internet nos últimos tempos tem sido o tal do cancelamento. Entre outras coisas, entende-se que cancelar alguém é uma forma de punir por alguma atitude ou comportamento abusivo, errôneo e por aí vai. 

Com isso, frequentemente, vemos celebridades, sub celebridades e personalidades sendo canceladas em plataformas e redes sociais como Instagram e Twitter. Quem não se lembra do comportamento de Gabriela Pugliesi em festa private dada a uma recém ex-BBB e de todo trabalho de reconstrução de sua imagem? Naquela época, a carga praticamente integral do cancelamento foi para ela. Enquanto isso, a tal da Mari Gonzalez via seu número de seguidores aumentar, os elogios às suas caras e bocas borbulhar e sua conta corrente engordar com a chuva de publis. Faz sentido? Nenhum, mas na visão da maioria das pessoas, a marca pessoal conquistada pela Mari em rede nacional foi soberana ao ato antiético.

O assunto da vez, novamente vindo de dentro da casa do BBB, é o comportamento tóxico e opressivo de Karol Conká. Ao contrário de Mari Gonzalez e em diferente temática, a cantora tem sido vastamente linchada nas redes sociais e nas rodas de conversa. Seu comportamento abusivo e a negligência dos demais participantes que seguem em seu apoio podem trazer consequências irreversíveis a alguns participantes do programa.

Minha pergunta: será que é só lá que as coisas acontecem desse jeito? Claro que não! É mais um reflexo do comportamento de parte de nossa sociedade. 

Apesar de ter começado o texto com exemplos de cancelamentos, omissões e gerenciamento de marca pessoal dos chamados “influenciadores digitais”, celebridades ou subcelebridades, utilizei tais casos, vastamente explorados em todas as mídias, para fazer uma analogia com o que se faz no mercado corporativo tradicional ou informal desde quando a internet nem existia. 

O CANCELAMENTO FORA DAS REDES SOCIAIS   

COMO LIDAR COM O TÓXICO?

Dificilmente você não teve um chefe tóxico, abusivo ou desrespeitoso em sua carreira. Ao contrário da exposição e do julgamento do comportamento nas redes sociais que os chamados influenciadores estão vulneráveis, tais seres provavelmente nem sempre são expostos por maus exemplos e atitudes abusivas. 

A maioria das pessoas os toleram porque precisam colocar o “leite das crianças” na mesa todos os dias. Tais chefes (e não líderes) fazem um completo estrago não só no lado emocional de seu time, mas também na evolução de sua carreira profissional. Me desculpem pelo termo, entretanto, não consigo chamá-los de nada menos do que opressores profissionais. 

Apesar de acreditar que 2020 seria o ano da virada e que teríamos uma significativa redução deste tipo de pessoa no mercado de trabalho, não foi isso o que aconteceu. Cada vez é mais frequente eu escutar de pessoas do mercado corporativo tradicional ou informal casos de discriminação, linchamento ou indiferença vindas de seres que ocupam algum cargo de liderança. 

Não podemos ter como desculpa para tal comportamento a pandemia, o isolamento ou qualquer outro tipo de situação pontual ou coletiva. O nome disso é mau-caratismo, opressão, bullying e por aí vai. 

Como sou uma pessoa romântica e que acredita na humanidade, reflito muito se estas pessoas têm jeito. Chego sempre à conclusão que depende dela mesma. Não mudamos quem não quer mudar, não mudamos quem não sentiu na pele ainda alguma vulnerabilidade ou que não tem empatia. Nestes casos, o que podemos fazer é exercer o direito de nos afastarmos, reclamarmos ou abstrairmos, mesmo que isso nos custe um sacrifício financeiro e/ou profissional.

mulher vendo o por do sol em punta balena casapueblo

E se a pessoa mudar ou quiser mudar?

Os braços têm que estar abertos para recebê-las. Não é nosso direito dar as costas a alguém que nos fez mal e que quer se redimir. Não é nosso direito linchá-la ou promover algum ato de vingança. De verdade, acredito em Deus e no Universo. Quanto mais o bem fazemos, mais bênçãos recebemos. Elas podem até demorar a virem, mas chegam.  

Seguindo nessa linha de raciocínio, há outro personagem tão tóxico quanto o acima e que todo mundo convive ou já conviveu: o tal do fofoqueiro descolador. Tal ser de luz é visivelmente exposto de forma ímpar, principalmente quando há por perto um caso de demissão ou polêmica. 

COMO LIDAR COM A DEMISSÃO DE UM COLEGA?

Não precisamos ir longe para falar sobre esta categoria de cancelamento na vida profissional. Quantas vezes você já presenciou/escutou burburinhos por conta da demissão de uma pessoa ou por boatos espalhados na tão famosa rádio peão? 

Quando começa a falação, muitas pessoas esquecem que quem está em evidência de forma negativa é um ser humano, acima de tudo. Tal pessoa, assim como todos nós, tem uma família, uma história de vida e pode ter uma bela carreira acumulada. A empatia faz nos colocarmos no lugar dela e, ao invés de julgar, promover o acolhimento. A falta de empatia promove o julgamento sem fim, o linchamento corporativo, mesmo que silencioso e escondido. E este é o mais sujo dos jogos, na minha opinião.

Por isso, me pergunto: que tipo de ser humano é cada um de nós? O empático, sem falsidade ou o hipócrita, sem piedade? 

Recapitulando, caso a demissão de uma pessoa tenha chegado aos seus ouvidos, é preciso entender o contexto, respeitar o próximo e aprender com o ato. O profissional pode ter errado feio, mas nada justifica o pesado julgamento e desmerecimento. É muito triste ver os até então “colegas de trabalho” e o entorno resumir um profissional em algo extremamente pequeno e sem valor. 

Além disso, é preciso estar ciente que se você faz parte do time dos fofoqueiros descoladores, as consequências de atos nada empáticos, pode levar a instabilidade emocional de outrem. Não tem cenário mais favorável para destruir a autoestima e dignidade de alguém.   

Dificilmente, um profissional que é demitido, e que todos saibam que foi desligado, consegue olhar para o horizonte com uma luz de esperança se as manifestações do entorno forem julgadoras. O tal do engole o choro, levanta a cabeça e dá a volta por cima demora um pouco para sair quando o estômago ainda digere o cancelamento. Por isso, pense bem, antes de fofocar sobre a saída de alguém de uma determinada corporação. Não seja tóxico, absorva e, se puder, o ajude na nova fase. 

Apesar de no contraponto ter visto casos de demissão que fizeram o profissional dar uma chacoalhada na vida e entender que ali não era seu lugar. Já vi outros muitos que levaram pessoas a estágios de depressão e desespero. De novo, não se esqueça: você pode ser responsável por fazer um dia melhor ou pior para alguém.  

COMO LIDAR COM A TRANSIÇÃO OU RESSIGNIFICAÇÃO DE CARREIRA QUE NÃO É A SUA?

Se tem um assunto que eu entendo na vida é esse…rs 

Há pouco mais de cinco anos, deixava o mercado corporativo tradicional para embarcar no empreendedorismo. Não sabia ao certo no que daria, mas estava focada no meu propósito. Tinha planejado os próximos passos e estava segura, mesmo sabendo do risco do meu ato. 

Naquela época, essas mudanças radicais não eram tão veladamente comuns. As pessoas não entendiam como algo bacana ou inteligente trocar o mercado corporativo tradicional por um propósito. O que eu escutei de “Você é louca!” ou “Que coragem!” não está no gibi. 

Como tenho uma rede de relacionamento expressiva e espalhada, chegaram aos meus ouvidos alguns boatos e críticas, vindas de pessoas que desde aquele 1 de dezembro de 2015 não falam comigo. Ligo pra isso? Nem um pouco, ainda mais vindo de potenciais medíocres, mas a atitude destas pessoas é o que chamo de mais um cancelamento corporativo. 

A pessoa simplesmente não faz questão de você ou se afasta por entender que não faz mais parte da mesma bolha (falei bastante sobre isso neste link). Ademais, entende que teoricamente não trará benefícios ou networking. Fala sério…

Claro que não podemos confundir pessoas que promovem o cancelamento corporativo com pessoas que não estão perto por n razões distintas. O tal do querer bem, como já disse, pode ser a distância. E tá tudo bem!

E AÍ, COMO FAZ?

Se caso não tivesse a autoestima lá em cima, não acreditasse no meu propósito e não tivesse a mente aberta para entender que nem todo mundo tá “in” com a gente, isso poderia ser um problema. Por isso, um recado muito importante: cuide de você e da sua marca pessoal.

Passar por situações como um processo demissional, transição ou ressignificação de carreira exigirá muita serenidade para filtrar os julgamentos alheios. No contraponto, vem maravilhosamente as manifestações de apoio e afeto de pessoas, que muitas vezes, você nem imagina que te estenderia as mãos por conta de não ter o contato tão próximo. 

CUIDE DA MARCA PESSOAL E DA SUA REDE DE CONTATOS

Ninguém sabe o dia de amanhã. Hoje você pode estar como presidente de uma empresa, ser um empresário de sucesso, mas isso não é garantia de prosperidade por toda carreira. Um passo errado, aliado ao julgamento são fatais. Para salvar o imbróglio e te ajudar a continuar nada melhor que ter em mente quem você é, o que construiu e, que haverá pessoas dispostas a te ajudar. 

Por isso, mais uma vez, cuide muito bem de sua marca pessoal e de sua rede de contatos. São dos mais preciosos ativos que qualquer pessoa pode ter, independentemente se é um alto executivo ou se é aquela empreendedora guerreira que só quer pagar em dia suas contas. 

Não seja uma pessoa arrogante, prepotente ou inflexível. Tais posturas são excelentes para trabalharem contra você. Os fofoqueiros descoladores adoram…hahahaha – Seja solidário, empático e procure construir um ambiente melhor no seu entorno e para sociedade. Mantenha, sempre que possível, contato com seus amigos, antigos colegas de trabalho. Além disso, procure conhecer pessoas de diferentes bolhas, que vivem em meios diferentes dos seus.

Sempre que posso, estou na periferia. Só corto meu cabelo e faço minhas unhas por lá. Isso me faz enxergar uma realidade diferente da minha de alguma forma. Outra coisa que faço bastante é sempre dar aquele Oi de vez em quando. Por mais maluco que isso possa parecer, eu tenho mais cacife de passar a mão no telefone e ajudar na ponte de duas pessoas do meio corporativo do que pessoas que estão inseridas neste ambiente. Estes são pequenos exemplos de construção com ser humano e de marca pessoal que me ajudam nos “corres do dia a dia”. 

PROMOVA O APRENDIZADO E A DIVERSIDADE, IGNORE O CANCELAMENTO HIPÓCRITA

Seja inteligente, aprenda com o seu erro e com o dos outros. Absorva as lições e seja focado no legado que você quer deixar para as próximas gerações. Apesar de sermos seres humanos, não podemos deixar que as emoções nocivas sejam soberanas a razão.

Tenha caráter, seja uma boa pessoa e ajude quem precisa de uma força para se levantar. Não destrua sonhos, jogue limpo e foque no seu propósito e potencial. Respeite a diversidade e as pessoas humildes. Vocês não tem ideia de quão orgulhosos são seus familiares por terem chegado a um lugar de destaque na sociedade. Resumindo: não seja um babaca, seja um ser humano útil ao mundo!

Caso tenha vontade de cancelar alguém próximo por atitudes preconceituosas ou abusivas, a cancele, mas antes dê uma oportunidade para escutá-la ou entendê-la, até porque pode ter ocorrido uma injustiça. Você pode se surpreender, para os dois lados!

Enfim…Depois de tanto tempo vivendo o empreendedorismo e o corporativismo, posso afirmar que é muito nítida a fotografia das pessoas que torcem ao meu favor, mesmo que de forma inconsciente e os que me cancelam com suas hipocrisias e preconceitos. Por isso, um último conselho: nunca deixe de dar atenção e valorizar pessoas que apostam e torcem por você. O resto, que lute! rs

Continue bem! Bjs no coração 🙂 

(Quer ajuda para dar um up na carreira e/ou no bem-estar? Entre em contato com gardenia.rogatto@naopiradesopila.com/sitenaopira. Será um prazer te direcionar por meio da mentoria)

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